18 de dez. de 2025
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (CONTEC) participou, nesta terça-feira (18/12), de mais uma reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) CONTEC/Santander, realizada de forma virtual, com a presença de dirigentes sindicais de diversas regiões do país e representantes do banco.
Na abertura da reunião, o presidente da CONTEC registrou preocupação com o fechamento de agências e as recentes demissões, especialmente em estados do Nordeste, destacando os impactos sociais e humanos dessas decisões. Lourenço Prado ressaltou que processos de reestruturação não podem ignorar o papel dos trabalhadores que sustentam os resultados e a lucratividade do sistema financeiro, cobrando mais responsabilidade social do banco.
Outro ponto destacado foi a atualização da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), cujo prazo para contribuições foi prorrogado até março de 2026. O presidente explicou que a CONTEC já apresentou sugestões defendendo isonomia no enquadramento do grau de risco das atividades financeiras, uma vez que bancos, cooperativas, fintechs e demais instituições exercem, na prática, a mesma atividade econômica. A Confederação orientará federações e sindicatos a também participarem do processo.
A COE também cobrou mais transparência e comunicação prévia sobre mudanças estruturais, destacando que o movimento sindical tem sido informado, muitas vezes, apenas após decisões já estarem em andamento, o que dificulta o diálogo com a base.
Na sequência, o banco apresentou alterações na organização comercial, segmentação de clientes e estrutura de redes, reafirmando sua estratégia de atuação territorial e digital. Dirigentes sindicais, no entanto, manifestaram preocupação com os reflexos dessas mudanças sobre o emprego, o fechamento de agências e a intensificação das metas.
Outro tema central da reunião foi a apresentação do Canal Aberto de denúncias, conduzida pela área de compliance do Santander. A CONTEC reconheceu a importância do instrumento, mas alertou sobre os índices de procedência das denúncias e o crescente adoecimento mental dos bancários.
Na pauta de saúde, foram apresentados programas internos do banco, especialmente voltados à saúde mental e ao retorno ao trabalho após afastamentos. A bancada sindical voltou a criticar desigualdades no acesso aos planos de saúde, negativas de exames e ausência de reembolso para parte dos trabalhadores, reafirmando que saúde não pode ser tratada de forma desigual dentro da mesma empresa.
Durante o debate, o coordenador da COE CONTEC/Santander, Gustavo Walfrido, fez uma crítica direta às demissões ocorridas neste período do ano.
“Nós sabemos que o banco não consegue manter todos os trabalhadores indefinidamente e que processos de ajuste fazem parte da dinâmica empresarial. No entanto, realizar demissões às vésperas do Natal é extremamente sensível e doloroso para os trabalhadores e suas famílias. Receber uma notícia dessas neste período, seja um bancário da base ou uma liderança, é um impacto muito grande. Por isso fazemos essa ponderação: é preciso mais cuidado, planejamento e responsabilidade social para que o trabalhador não pague esse preço justamente no fim do ano.”
A CONTEC seguirá cobrando respeito aos direitos dos bancários, manutenção do emprego, melhores condições de trabalho e políticas efetivas de prevenção ao adoecimento, defendendo a continuidade das reuniões e a realização de encontros presenciais para buscar soluções concretas para a categoria.
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